quinta-feira, 12 de julho de 2012

ANDES-SN vai à secretária geral da Presidência em busca de negociações

Em mais uma estratégia para tentar abrir as negociações com o governo, o ANDES-SN e o Sinasefe reuniram-se na tarde desta quarta-feira (11) com o secretário-executivo e ministro interino da Secretaria Geral da Presidência, Rogério Sottili. Na ocasião, a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, afirmou que a categoria está indignada com a falta de respostas à pauta de reivindicações apresentada ao governo. Sottili disse, então, que a Secretaria-Geral vai ajudar a reconstruir um espaço de diálogo entre os servidores e o governo e que levará ao conhecimento da presidente Dilma a carta protocolizada nesta quarta no Palácio do Planalto.

Sottili disse, ainda, que conversará com o Ministério do Planejamento sobre as demandas apresentadas na reunião. “Estamos aqui para ajudar nesse processo, mas é o MPOG quem coordena as negociações com os servidores, nós não temos autoridade para negociar”, lembrou. Além de Marinalva, o ANDES-SN também estava representado na reunião por Gicelma Chacarosqui, do Comando Nacional de Greve. Pelo Sinasefe, estavam um dos coordenadores gerais da entidade, Gutemberg Nascimento, além de Cezar Laurence e Wanderlan Porto.

"É preciso que haja uma resposta à nossa pauta, pois a demora só aumenta o desgaste do governo e a indignação na nossa categoria”, afirmou Marinalva, lembrando que o Sindicato só tem notícias da possível proposta do governo via imprensa. Ela disse, ainda, que há um vazio e um silêncio muito grande. “O Ministério da Educação diz que a negociação está nas mãos do Planejamento, mas hoje encontrei casualmente o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, e ele disse que não tinha autorização para apresentar uma proposta. Nesse caso, quem tem?”, questionou a presidente do ANDES-SN.

"Se Mendonça ainda não apresentou uma proposta é porque o governo está analisando as implicações da crise internacional”, respondeu Sottili. “Mas, o Planejamento tem se debruçado sobre a pauta de vocês diariamente”, afirmou.

O assessor especial da secretaria geral, José Lopes Feijoo, que também participou da reunião, perguntou se haveria outros pontos da pauta que não estavam relacionados diretamente à pauta salarial. Marinalva lembrou que o segundo item da pauta eram as condições de trabalho, que ficaram precarizadas com o Reuni. Ela disse, ainda, que faltam professores e servidores, além de laboratórios, e que os professores estão adoecendo devido à excessiva carga de trabalho, sendo essa uma das razões de a greve estar tão forte.

Laurence, do Sinasefe, informou que o curso de mineração de Nova Valença, no Espírito Santo, está para fechar por falta de professores de engenharia. “Nenhum engenheiro quer ganhar R$ 2,2 mil reais por 40 horas semanais em sala de aula”, disse.

Houve um momento de tensão na reunião, quando os dois representantes do governo afirmaram que iam levar à presidente Dilma o teor da pauta dos docentes. Para a presidente do ANDES-SN, era impossível o governo não conhecer a pauta dos docentes, já que a categoria está em greve há quase 60 dias. Também foi perguntado aos representantes do governo qual era o tempo do governo para negociar, já que os docentes tinham pressa para iniciar as negociações.

Sottili e Feijoo não quiseram se comprometer com uma data, mas afirmaram que entrariam em contato com o MPOG e que dariam uma resposta aos servidores. Tanto os representantes do ANDES-SN, quanto do Sinasefe, afirmaram que a greve ia continuar cada vez mais forte.

Marinalva Oliveira afirmou que a ameaça de corte de ponto não enfraquecerá a greve. Ela lembrou que em 2001 o ministro Paulo Renato solicitou aos reitores os nomes dos técnico-administrativos e professores em greve. Como eles não enviaram, o MEC cortou o ponto de todos, grevistas, ou não. O ANDES-SN entrou na justiça contra a decisão e o então presidente do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Melo, mandou prender o ministro, que teve de valer-se de um habeas corpus. “Infelizmente, a presidente Dilma está tomando a mesma atitude do governo FHC, solicitando aos reitores os nossos nomes, espero que o final da história não seja o mesmo”, afirmou a presidente do ANDES.

Enquanto os representantes do ANDES-SN e do Sinasefe estavam reunidos com na secretaria geral da Presidência, um grupo de professores e estudantes faziam uma manifestação na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto.

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Fonte: ANDES-SN (11/07/2012)

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