segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MEC critica contraproposta de associação de docentes

Proifes também considera nova oferta da Andes pior que a do governo

Brasília – O Ministério da Educação (MEC) criticou nesta quinta-feira (23) a contraproposta feita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) para encerrar a greve dos docentes das universidades federais.De acordo com o MEC, a proposta da entidade prevê um investimento superior a R$ 10 bilhões, quando a última proposta feito pelo governo indica o investimento de R$ 4,2 bilhões até 2015.

Já o Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) alega que a nova proposta da Andes é pior porque não valoriza a titulação do profissional e pode prejudicar a progressão na carreira. Além disso, custará mais do que a proposta que já foi firmada com o governo e consta no projeto de Lei de Orçamento Anual (LOA), que será encaminhado ao Congresso Nacional.

A contraproposta do Andes-SN já foi negada pelo governo, que reafirmou que as negociações estão encerradas. No último dia 13, Ministério do Planejamento, Ministério da Educação (MEC) e Proifes assinaram acordo fechando proposta que prevê reajustes de 20% a 45% para os professores das federais.

— Se fosse uma boa proposta, a gente apoiaria a reabertura das negociações. Mas ela é de péssima qualidade — defendeu Gil Vicente Figueiredo, da diretoria do Proifes, entidade que representa uma parcela menor da categoria.

A presidente do Andes-SN, Marinalva de Oliveira, afirmou que na contraproposta, os docentes abrem mão de aumento e dão preferência à reestruturação da carreira. O documento pede que, a cada degrau de progressão, os professores tenham ajuste de 4% - anteriormente, o percentual desejado era 5%.

Figueiredo criticou o modelo sugerido pelo Andes de abolir as chamadas classes da carreira docente e substituí-las por níveis. Para o Proifes, a contraproposta do Andes desvaloriza a lógica da titulação, em que o professor irá receber salário mais alto quanto maior for o seu grau de formação, além de dificultar a progressão para quem está no início da carreira.

De acordo com os cálculos da entidade, os professores doutores no topo da carreira, com dedicação exclusiva, receberiam os menores aumentos.

— A proposta dá muito para quem não tem titulação e não incentiva o professor a buscar uma formação melhor— disse Figueiredo.


Fonte: O Globo (23/8/2012)

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