Hoje, dia 23 de maio, temos um quadro de mobilização nacional histórico, com
docentes de 44 Instituições Federais de Ensino Superior em greve, que totaliza
cerca de 80% da base do ANDES-SN. Situação que demonstra a indignação e a
capacidade de ação dos docentes das IFES na luta contra a desvalorização de sua
carreira e a precarização das condições de trabalho.
A força da greve se expressa inclusive na movimentação feita pelo governo, quando
o Ministro da Educação Aloizio Mercadante chama entrevista coletiva com a
imprensa para tratar da greve dos Docentes [veja o vídeo].
Na entrevista coletiva o Ministro da Educação destacou os seguintes aspectos:
1. que o governo se movimentou para aprovar com urgência o Projeto de Lei
2134/11, sobre a criação de cargos, e que este deve ter sua aprovação final
ainda no mês de maio/12;
2. que ao identificar que o Projeto de Lei 2203/11 do acordo emergencial não seria
aprovado, procedeu a edição de Medida Provisória para viabilizar o cumprimento
do acordo emergencial com retroatividade à março/12;
3. que o processo de negociação com os docentes está em aberto, com prazo final
previsto para agosto;
4. Afirmou que a greve foi precipitada, fazendo um chamado aos docentes para
retornarem ao trabalho.
O Comando Nacional de Greve/ANDES-SN, a partir desta ação do governo, concedeu
entrevistas à órgãos de imprensa, assinalando centralmente:
1. a greve está forte com 44 instituições, o que obrigou o ministro a alterar sua
agenda para se dirigir a imprensa, buscando interferir na greve, inclusive se
recusando a tratar dos números dessa paralisação;
2. a greve não é precipitada, é justa e legitima e revela a insatisfação dos
docentes, quando se estabelece com força para efetivar negociação que atenda as
reivindicações, chegando já a 80% da base da nossa categoria;
3. a Medida Provisória (568/12) foi publicada no Diário Oficial da União em data
posterior (14/05/12) a decisão nacional de deflagração da greve pelo movimento
docente na reunião do setor das IFES, em Brasília, no dia 12/05/12;
4. o ANDES-SN se empenhou no processo de negociação, desde agosto de 2010, periodo
em que se iniciaram as conversas com o governo. A intransigência governamental,
mantendo-se irredutível em sua proposta é exemplificada quando no dia 15 de maio
de 2012 o governo reafirma em essência a mesma proposta apresentada em dezembro
de 2010. O dia de hoje confirma a indisposição para efetiva negociação, quando o
governo, por meio da SESU/MEC, suspende uma reunião com o ANDES-SN e opta pela
realização da dita entrevista;
5. as condições de precarização, geradas pela expansão das IFES, não é uma
abstração como afirmou o ministro. As pautas locais das seções sindicais, as
impossibilidades de começo de semestre, as mobilizações estudantis e as
paralisações em diversos campi recém criados no inicio do período letivo,
confirmam a concretude da ausência de condições de trabalho.
A greve continua e os comandos locais devem se empenhar nas atividades indicadas
na agenda para fortalecer a luta na base e ganhar o apoio da sociedade.
A GREVE É FORTE! A GREVE CONTINUA!
Brasília, 23 de maio de 2012 CNG/ANDES-SN
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