Aluna da UFTM afirma ter perdido oportunidades de emprego.
UFU diz que resposição das aulas será definida após o fim da greve.
Luiz Vieira e Felipe Santos
Do G1 Triângulo Mineiro
A greve de professores das universidades e institutos federais em todo o país completa três meses nesta sexta-feira (17). Até o momento, a negociação entre o governo federal e os professores para o retorno das atividades não caminhou e um calendário de reposição de aulas também não foi fechado na maioria das instituições de ensino. Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, a situação na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) permanece a mesma com cerca de 80% dos docentes parados. Para alguns estudantes que estavam concluindo o curso a greve prolongada gerou reflexos. Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ocorre a mesma situação. O comando de greve da universidade estima que 90% dos docentes tenham aderido à greve. A assessoria de imprensa da UFU afirmou que a reposição das aulas perdidas será definida apenas depois que houver uma data para a greve terminar.
Aluna da UFTM fez colação de grau simbólica
A universitária Natália Londe de Moura é aluna do curso de Terapia Ocupacional da UFTM e teve uma colação de grau simbólica. Isso porque a estudante contou que quando foi deflagrada a greve faltavam apenas duas semanas de aula para a conclusão do curso e mesmo faltando tão pouco tempo não foi possível realizar a apresentação do trabalho de conclusão. Com isso, o diploma foi adiado para o fim da greve. "Quando a greve teve início faltavam duas semanas para que eu concluísse o curso. Tivemos a colação de grau, mas foi simbólica, ou seja, não recebemos o diploma. Os alunos já estavam pagando a festa de formatura fizeram o evento assim mesmo sem ter a colação de grau. No meu curso como estávamos no finalzinho, estávamos fazendo apenas estágio, não havia mais aula nem nada do tipo. Então faltava uma semana de estágio e na outra semana seria a apresentação do trabalho de conclusão de curso", explicou.
Assim como Natália, outras três turmas dos cursos de Nutrição, Letras e Fisioterapia não conseguiram concluir os trabalhos e terão que finalizar as provas e apresentações no próximo semestre. Para a estudante a demora nas negociações e no fim do movimento são um problema e já estão prejudicando a vida profissional dela. "O que me prejudicou foi o fato de faltarem apenas duas semanas para a conclusão do curso e não conseguir me formar. Agora estou perdendo oportunidades de trabalho por não ter concluído o curso. Já perdi duas propostas. Passei em um concurso público também e devo ser chamada, pois precisaria assumir antes das eleições, mas quando chamarem não vou poder tomar posse por não ter concluído o curso", afirmou a estudante.
Segundo o professor e representante do comando de greve dos docentes do UFTM, Bruno Curcino, não há ainda um acordo com o governo para o fim do movimento grevista. "Não há sinalização de suspensão da greve. Até a última assembleia tivemos rejeição completa da proposta do governo. Estamos fazendo um trabalho de sensibilização dos parlamentares sobre o trabalho do governo para reabertura dos canais de negociação", disse. Ainda de acordo com o professor, o nível de adesão dos professores ao movimento grevista foi mantido e permanece na faixa de 75% a 80% e não há regressos de professores para a sala de aula.
Por meio de nota, a assessoria da UFTM informou que a Associação dos Docentes da UFTM (ADUFTM), em assembleia dos docentes, aderiu à greve em 17 de maio e não foram cumpridos cerca de 40 dias letivos do 1º semestre. A definição do calendário deverá ser discutida após o encerramento do movimento de greve. Segundo o Departamento de Registro e Controle Acadêmico, apenas as matrículas dos candidatos aprovados no Vestibular de Inverno foram efetuadas de acordo com as convocações. Atualmente, só estão em atividade o Internato do curso de Medicina, do 9º ao 12º períodos, 7º e 8º da Enfermagem e 8º da Biomedicina, todos em campo de estágios curriculares. Na segunda-feira (20) serão retomadas algumas aulas de disciplinas dos cursos de Engenharia que concluíram o 1º semestre. Os cursos de Engenharia da UFTM são ministrados em regime anual. As datas do Vestibular 2013 estão confirmadas e as provas acontecem em dia 9 de dezembro, 1ª fase, e dia 12 de janeiro, 2ª fase.
UFU
O presidente da Associação dos Docentes da UFU (Adufu) e do comando geral de greve, Aurelino José Ferreira Filho, afirmou que foi decidido manter a greve após uma assembleia na quinta-feira (16). Além disso, foram discutidos pontos de flexibilização. "Estamos buscando os pontos de flexibilização sem abrir mão dos nossos interesses. Apresentamos uma contraproposta salarial e de carreira e nenhum acordo foi fechado. Entendemos que não restava alternativa se não continuar com a greve", afirmou.
A adesão dos técnico-administrativos da UFU está em torno de 50%, segundo o membro do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Federais de Ensino (Sintet-UFU), Silnando Silveira Ferreira. Ele afirmou que na segunda-feira (20) haverá uma assembleia da categoria na qual será apresentada a proposta do governo discutida nesta sexta-feira (17). "O comando nacional de greve fez outra reunião no Ministério do Planejamento e deve avaliar a proposta neste fim de semana. Na segunda-feira (20) vamos debater em uma assembleia às 14h e ter um posicionamento do comando nacional", revelou.
A assessoria de imprensa da UFU afirmou que enquanto a greve não terminar não é possível prever como serão repostas as aulas perdidas pelos alunos. Segundo a assessoria, é necessário saber quanto de 2013 será necessário atrasar pra repor as aulas, assim como a quando os alunos vão poder se matricular para o segundo semestre.
Em relação aos novos alunos, a universidade realizará neste fim de semana a segunda etapa do vestibular, depois do cancelamento do no dia 24 de junho, devido ao vazamento de algumas questões da primeira e segunda etapas. O resultado será divulgado no dia 11 de setembro, quando sairá a lista dos candidatos aprovados na primeira chamada. No entanto, a data para a matrícula não foi determinada.
Fonte: G1 Triângulo Mineiro (17/8/2012)
os alunos que deram entrevista na outra reportagem falaram que o G1 ficou procurando alunos pelo facebook para criticar a greve.
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